quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Imagens do Aborto, aos Abortistas

A patética campanha "Preservativos ao Papa", em Maio de 2010, foi um bom exemplo de como uma resposta conservadora à altura pode inibir a sede revolucionária pela violência contra os que pensam de maneira diferente. Quem deu a cara pela campanha nos jornais e televisões foram três indivíduos ( um jovem e duas meninas) com discurso politicamente correcto, ar indefeso e de quem tinha saído há poucos dias da adolescência. No entanto, era um facto que a campanha tinha o forte apoio de muitas asssociações gayzistas e de extrema-esquerda.

O nome da campanha já dizia tudo: era uma manifestação contra o Papa. O blogue oficial divulgava os locais a visitar por Bento XVI em Portugal e propunha:

"nesses dias em que o Papa vai estar em Portugal, conseguir o maior número possível de pessoas nos locais onde o Papa vai realizar as missas e distribuir preservativos e/ou folhetos informativos relativos à prevenção da SIDA pelo maior número de pessoas presentes nesses locais."

A reacção surgiu. Na blogosfera, nos espaços mais lidos, surgiram muitos católicos a avisar que não iriam admitir faltas de respeito ou protestos durante as missas. Assim, foi sendo denunciada e ficando mal vista a acção que, sem resposta à altura, inevitavelmente acabaria numa manifestação organizada para boicotar a liberdade religiosa dos católicos, causando conflitos e confusão. Para tentar limpar a imagem, as criancinhas que davam a cara pela campanha concederam uma entrevista, aparecendo como vítimas de insultos e ameaças. Na mesma entrevista, a campanha "Preservativos ao Papa", por artes mágicas, e continuando com o mesmo nome, deixou de ser uma manifestação contra o Papa para se tornar, no discurso dos activistas, apenas uma acção de luta contra a SIDA.

Ao divulgar essa entrevista, uma das caras da campanha confessou num comentário:

"Se quisessemos criar uma iniciativa anti-Papa acredite que muitas mais pessoas se juntavam. Mas não é esse o nosso objectivo nem vejo qualquer razão para o fazer. (...) a nossa acção de sensibilização vai ser pacifista sem qualquer alusão ao Papa ou às declarações assassinas por ele anteriormente proferidas e vai decorrer horas antes das celebrações."

Tradução: se pudéssemos avançar com a iniciativa anti-Papa, já tinhamos muitas pessoas. Mas o objectivo foi massivamente criticado na internet e imprensa, e não há condições para o fazer.

Desde o início que a campanha tinha sido assumidamente motivada pelas declarações do Papa sobre o preservativo. A intenção frustrada deste organizador é revelada quando ele diz que tais declaraçãos são "assassinas". Se procurarmos nos sites e blogues das associações e movimentos que se juntaram à campanha, também não faltam referências ao Papa neste tom. Imagine-se que ninguém tinha reclamado quando a iniciativa começou a ser divulgada, e está-se mesmo a ver o pacifismo e tolerância que esta singela distribuição de preservativos trazia atrás...
No concreto, a acção agendada para Fátima acabou desmarcada pelos pelos organizadores. A coisa resumiu-se à distribuição de alguns preservativos em Lisboa e no Porto, fora dos locais e horas antes das celebrações religiosas. Um insucesso, tendo em conta a intenção inicial implícita. Não houve adesão popular ou manifestação de "Preservativos ao Papa".

Quando já se percebia que a campanha não teria sucesso, houve ainda quem tentasse tirar proveitos do episódio para a causa abortista. A propagandista Câncio lançou a tese de que os críticos do "Preservativos ao Papa" , por coerência com o respeito e a tolerância que diziam defender, tinham de criticar em primeiro lugar a acção dos que, em frente às clínicas, tentam convencer as grávidas que lá se dirigem a não abortar.

A comparação revelou-nos muito sobre o modo de pensar desta senhora. Naquela curta declaração, equiparou uma manifestação religiosa pacífica, ao acto de matar um bebé até dois meses e meio de gestação, através de envenenamento, desmembramento por fórceps e/ou sucção com bomba de vácuo. Como se exigir respeito e tolerância pela liberdade de culto e manifestação religiosa, necessariamente obrigasse, por questão de princípio, a exigir respeito e tolerância pela decisão de abortar. Se levarmos a sério a comparação, temos de concluir que tal pessoa vê o aborto como um ritual espiritual (satânico), equivalente a rezar ou participar numa missa.

Há cristãos que rezam à porta das clínicas de aborto e abordam as mulheres que lá se dirigem, dizendo-lhes a verdade e oferecendo-lhes apoio; a vida como alternativa à morte. Não há nenhuma contradição de princípio entre apoiar esta acção e criticar planos de contra-manifestação e boicote à liberdade religiosa. Se ainda houver dúvidas, basta olhar para os resultados de uma manifestação religiosa e de um aborto.



No entendimento de algumas pessoas, estes dois resultados são igualmente dignos de respeito e tolerância ou, quem sabe, realmente grave e censurável talvez seja perturbar o acto que leva ao resultado que vemos na imagem da esquerda...

Defender a liberdade de culto e, acima de tudo, defender a vida. Não há nenhuma contradição.

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