domingo, 26 de janeiro de 2014

Washington: dezenas de milhares marcham contra o aborto


Nos anos anteriores a mesma marcha reuniu entre 400 000 e 650 000 manifestantes, contudo, uma forte tempestade de neve na terça-feira levou ao cancelamento de muitas viagens de autocarros, provocando uma visível diminuição dos participantes no evento e respectivo comício. Como exemplo, a diocese de Filadélfia teve de cancelar a sua presença por impossibilidade de viajar.

Ainda assim, na última quarta-feira, 22 de Janeiro,  em Washington,  dezenas de milhares de activistas pro vida enfrentaram as baixas temperaturas, marcando presença num encontro relativo à passagem dos quarenta e um anos sobre a decisão jurídica Roe vs Wade que abriu caminho para (até agora) cerca de 56 milhões de abortos nos EUA. "Estamos a congelar mas congelamos pela melhor causa do mundo" ou "Nenhum sacrifício é demasiado grande para esta causa", foram algumas das palavras de ordem.

À direita, Cardeal O´Malley

Com temperaturas perto dos 0 graus, a marcha deste ano foi mais curta. No entanto os manifestantes foram destemidos. Na noite anterior, durante uma homilia no Santuário da Imaculada Concepção, o Cardeal Sean O`Malley referiu-se ao tempo frio como "perfeito".  « Quanto mais frio melhor será o nosso testemunho. Eles saberão que levamos o assunto a sério. É por isso que vamos lá estar. »





" A vaga de frio não cancelará a Marcha!"



"Caras frias mas corações a arder"





Em 1973, James Dobson, líder pro vida, seguia de carro para casa quando ouviu a notícia sobre a decisão Roe vs Wade. « Fiquei triste porque sabia que milhões de bebés morreriam...", contou, "...mas quem adivinharia então que, quarenta anos depois, seriam 56 milhões?"  





"Juntos venceremos esta luta"


"Em memória dos milhões de vidas devastadas pelo aborto"


"Comprometidos em garantir o Direito a Viver"


"Quem quer lutar o bom combate?"


"Cada vida humana é preciosa e desejada por Deus".



São cometidos um milhão e duzentos mil abortos nos EUA, a cada ano. O que significa que o número de crianças assassinadas anualmente supera a população de um círculo eleitoral norte-americano. 


Giovanna Romero, da organização "Latinas por la Vida", lembrou que os negros, hispânicos e minorias são alvos prioritários da cultura abortista.









Depois das "clínicas" de "saúde reprodutiva" , a nova fase da cultura da morte são as drogas abortivas avulsas e disponibilizadas em escolas e campos universitários.

A presença de muitas crianças e jovens.
"Arrependo-me do aborto que fiz."
"Concebida num estupro, amo a minha Vida" "Mãe depois de violada, amo o meu filho"
O tema da marcha deste ano foi a adopção, à qual uma das organizadoras classificou como "decisão heróica". O objectivo foi  eliminar o estigma da adopção e encorajar as mulheres grávidas que não podem criar os filhos a fazerem essa "nobre escolha", referiu o comunicado oficial à imprensa.


Fontes:

http://www.lifesitenews.com/news/hundreds-of-thousands-set-to-march-for-end-of-abortion-in-washington-on-roe

http://marchforlife.org/

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Comentário.

                                       Para os jornalistas portugueses isto não é notícia.


sábado, 4 de janeiro de 2014

"Sou nada se não os proteger"



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No dia 21 de Março de 2013, o LifeSiteNews publicou a história inspiradora do génio creditado como o primeiro investigador a descobrir a Síndrome de Down e o momento que o fez, com custos pessoais, tornar-se num combatente pelo Direito à Vida.
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O Homem que descobriu a Síndrome de Down.


Por Peter Barlinski

O mundo era seu. Jovem, elegante, investigador médico dedicado a tentar melhorar as vidas humanas, foi o primeiro cientista a descobrir que a Síndrome de Down é causada pela trissomia do cromossoma 21. Fama, glória e prestígio vieram sobre si. A sua cara foi destacada nas primeiras páginas dos jornais, tornou-se um conselheiro do presidente, recebeu os mais altos galardões em Genética, destacou-se como estudioso, professor e investigador. 

Mas o francês Jérôme Lejeune foi também um homem de verdade, comprometido com os seus princípios. Certo dia, a televisão pública mostrou um filme sobre uma mulher grávida de uma criança com Síndrome de Down. Esta mãe queria abortar o seu filho, mas as leis da época protegiam a vida. Depois do filme seguiu-se um debate, durante o qual pessoas que se percebiam ser influentes e poderosas advogavam pelo aborto daquela criança. No dia seguinte, um jovem rapaz com Síndrome de Down irrompeu pelo atarefado gabinete do dr. Jerome, com o rosto coberto de lágrimas. 

-"Por que choras"- perguntou o médico. 

O rapaz, com cerca de 10 anos, não se recompunha, pelo que a mãe respondeu:

-Ele viu o filme e não consigo fazer pará-lo chorar.

Nesse momento, o miúdo atirou-se aos braços do médico e conseguiu dizer entre soluços:

- Eles querem matar-nos. Tem de nos salvar porque somos demasiado fracos. E nada podemos fazer.

A filha do Dr. Jérôme, Clara Lejeune Gaymard, lembra-se do dia em que o seu heróico pai se tornou a voz dos não podem falar. Clara recordou, numa entrevista em 2011, que nesse dia o seu pai veio almoçar a casa. Lembra-se da sua cara de branco pálido enquanto relatava à família o que tinha acabado de acontecer no gabinete. Foi então que ele terá dito as palavras que a filha jamais esquecerá. "Sou nada se não os proteger". Clara diz que deste momento em diante o Dr. Jérôme tornou-se incondicionalmente contrário ao aborto.

Por causa desta sua posição pública, a carreira do Dr. Jérôme começou desde logo a ser atacada por aqueles que lhe tinham prestado louvores recentemente. Perdeu fundos para continuar a sua pesquisa. "Tornou-se um pária  mas aceitou essa condição por pensar que cumpria o seu dever", lembra Clara que, em 1997,  na biografia do seu pai intitulada "A Vida é uma Benção, a Biografia de Jérôme Lejeune", escreveu: "Eis um homem que devido às suas convicções, as quais o impediam de seguir as modas da época, acabou socialmente banido, abandonado pelos amigos, crucificado pela imprensa e impedido de trabalhar por falta de fundos". 

Apesar da hostilidade e ostracismo dos seus pares médicos, o Dr. Jérôme continuou corajosamente a falar publicamente contra o aborto, não apenas na França, no resto da Europa e fora desta. Como perito, em 1989, num julgamento relacionado com aborto nos EUA, testemunhou o seguinte:

-Eu sei que são bebés, há seres humanos congelados, é a única coisa que sei. E eu diria que a ciência tem uma concepção do homem muito simples. Assim que é concebido, um homem é um homem.

Como cientista comprometido com a verdade, o Dr. Jérôme sabia que todas as provas apontam para o facto de uma nova vida no útero ser um humano único e irrepetível. O seu conhecimento científico impedia-o de transigir com a destruição de qualquer um deles.

Continuando a lutar a favor das crianças com Síndrome de Down, ficou devastado por ver a sua descoberta genética usada para detectar a síndrome em bebés por nascer, com o objectivo de as seleccionar para abortos. As estatísticas indicam que cerca de 90% das crianças com Síndrome de Down são rejeitadas e destruídas pelos seus pais, tudo porque têm um cromossoma extra. "Eles erguem a bandeira do racismo cromossómico como se fosse a bandeira da liberdade", escreveu uma vez. o Dr. Jérôme. "Que esta negação da medicina -de toda a irmandade biológica que liga a família humana- seja a única aplicação prática do nosso conhecimento, está para além de desolador". 

O Dr. Jérôme via cada vida como uma bênção, reconhecendo as pessoas com um cromossoma extra como tendo algo de bom a dar ao mundo. As estatísticas também indicam que 99% das pessoas que sofrem da síndrome são felizes e demonstram satisfação pelas suas vidas. Uma surpreendente percentagem de 97% das famílias que têm crianças com esta condição declaram que os seus filhos "enriquecem as suas vidas", independentemente do tempo que vivem.

O Dr. Jérôme morreu em 1994, com 67 anos. A sua vida de trabalho e convicções inabaláveis sobre o valor da vida humana não passaram despercebidas aos olhos da Igreja. Em 2004, o cardeal francês Fiorenzo Angelini ordenou a abertura do seu processo de beatificação, o primeiro passo para se ser reconhecido como santo da Igreja Católica. "Ele foi um homem de ciência que viveu heroicamente a Fé Cristã na sua profissão, com simplicidade e alegria, servindo a vida com devoção por inteiro e sem interesses pessoais", disse o clérigo.

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Defensores das crianças com Síndrome de Down incentivam-nos hoje a seguir o exemplo do Dr. Jérôme,  o de não ter medo de acolher aqueles que têm um cromossoma extra.

Segundo Monica rafie, co-fundadora do "Ministério Não temais", uma defesa autêntica e efectiva destas crianças deve começar pela protecção e acolhimento específico às que se encontram no útero.




quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

O poder das palavras

Por Nuno Serras Pereira

Já escrevi por mais de uma vez que se tem que dizer das coisas aquilo que elas são, e se agora torno a insistir no mesmo é por me parecer que muitos, incluindo eu mesmo, ainda não se dão conta da importância do assunto. 

De facto, abalizados e argutos sociólogos têm vindo a declarar cada vez mais repetidamente que a transformação da cultura não depende tanto da persuasão ou mesmo conversão individual mas sim do poder de nomear as coisas e de se organizar e trabalhar em rede.

Não tratarei agora da “rede” mas limitar-me-ei a dar algumas dicas sobre alguns termos que julgo deverem ser usados não somente para nós ganharmos uma consciência maior dos problemas com que nos defrontamos mas também para desmascarar as manipulações dos inimigos da Família e da pessoa humana, impedindo-os assim de induzirem as mentes em erro. 

Não dizer:

Embrião, nem embrião humano (o que já é melhor), mas sim: pessoa humana na sua fase (ou etapa ou estado) embrionária. 

Feto, mas sim criança ou bebé nascituro (ou em processo de nascimento). 

IVG, mas sim aborto propositado (ou provocado). Com a banalização que impera nos dias de hoje a palavra aborto perdeu muito do horror que evocava. Por isso, ao falar do aborto provocado deve-se dizer homicídio/aborto ou homicídio na forma de aborto (cf. S. João Paulo II, Evangelium vitae, 58). 

Grávida ou mulher grávida, mas sim Mãe grávida. 

Vou ser pai, ou mãe (ou avô ou avó), quando sabem da concepção de um novo filho/a, mas sim sou pai ou mãe, ou sou de novo pai e mãe, etc. 

À espera de um filho deficiente ou portador de deficiência, mas sim gerei ou gerámos, ou, melhor, Deus deu-nos um Seu predilecto, um amigo particular de Jesus, participante de uma missão especial. 

PMA – procriação medicamente assistida, quando referido à fecundação extracorpórea, mas sim procriação tecnicamente substituída – os pais são substituídos pelos médicos, pela técnica, no acto de fecundação. Deverá também usar-se a expressão de Ortega y Gasset, a este propósito, “terrorismo dos laboratórios”. 

Embriões excedentários, mas sim pessoas humanas na sua fase mais vulnerável, totalmente indefesas e inocentes, que são condenadas ao horror de um concentracionário inferno gelado. 

Experimentação embrionária, mas sim cruéis experiências mortais em pessoas, em debilidade extrema, no início das suas vidas. 

Abstractamente, defesa da vida, mas sim defesa da vida de cada pessoa humana desde a sua etapa unicelular até à morte natural. 

Dignidade da pessoa, mas sim dignidade, isto é, valor excepcional e transcendente, de cada pessoa. 

Uniões homossexuais, mas sim emaranhados (depravados) homossexuais (ou melhor sodomitas). 

Casais homossexuais ou do mesmo sexo, mas sim cumplicidades depravadas (legalmente reconhecidas); ou simetrias sexuais incompatíveis. 

Divorciados recasados, mas sim pessoas em estado objectivo (independentemente da culpabilidade subjectiva) de adultério. De facto, ou houve casamento rato e consumado ou não o houve; se existiu é impossível contrair novo matrimónio; se pelo contrário não existiu, não houve recasamento nenhum. 

Claro que havia muito mais a acrescentar mas não vos quero cansar, prolongando maçudamente a lista. Espero, no entanto, que não só fique claro o que no início dizia, a recordar, a guerra cultural em que nos encontramos será vencida por quem diz a verdade sobre a realidade, nomeando-a adequadamente, mas também que tem sido uma enorme falta de Caridade e de Misericórdia deixarmos que este magnetismo mentiroso a que os nossos inimigos recorrem submeta as multidões e os próprios que a ele recorrem.

À honra e glória de Cristo. Ámen.

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