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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

A população está envelhecida? A culpa é dos velhos!

Às vezes aparece-nos lixo nas caixas de comentários. Aquele que se segue foi enviado por um anónimo que não gostou de ler este texto. Daí, quis explicar-nos que o problema português do envelhecimento da população é muito mais simples do que pensámos:

« Tanta ignorância que por aqui anda, isto dá dó... Portugal é um país com população envelhecida por uma razão muito simples: porque as gerações anteriores, compostas essencialmente por analfabetos e atrasados mentais, se reproduziram como baratas, aparentemente não cientes do facto de que já existe excesso de população humana neste planeta há um bom par de centenas de anos, »

Dá mesmo dó, não dá?  

Comecemos pelo elementar: quando dizemos que um país tem uma população envelhecida, isso é o mesmo que dizer que a população do país não é jovem. Ainda estamos todos bem? Nenhum cérebro explodiu? Continuemos.

Se os indivíduos das gerações anteriores, as tais "baratas" analfabetas, reaccionárias e atrasadas mentais que tiveram a infeliz ideia de contribuir para a perpetuação da maldita espécie humana, tiveram muitos filhos, vamos supor, uma loucura eu sei, que tiveram esses muitos filhos quando eram novos e não em velhos.

Daqui, a única conclusão a retirar é, se a população está actualmente envelhecida, o problema não foi causado pelos ( hoje) velhos que já cumpriram a sua missão ( suicida) quando eram novos. Foi das gerações que se seguiram, as quais, sublinhe-se, por genuíno altruísmo e interesse no bem-estar do planeta, reduziram drasticamente o número de nascimentos. 

Atrevo-me mesmo a dizer que se as novas gerações, em toda a sua cultura e literacia, seguissem o exemplo das "baratas" analfabetas, não seríamos uma população envelhecida.

Claro, esta conclusão só faz sentido se assumirmos a ideia parva, absolutamente descabida, de que "população envelhecida" significa, basicamente, uma população sujeita ao fenómeno natural do envelhecimento ( parece ser o caso dos humanos ) e na qual  há poucos nascimentos.

Identificado assim o problema, só há duas soluções possíveis para o resolver: ou dizemos às pessoas para deixarem de envelhecer, ou criamos condições e incentivamos o aumento dos nascimentos.

Sugerem alguns que a melhor opção seria a segunda. Que o problema se resolve aumentando o número de nascimentos. Mas como também sabemos, isso é uma estúpida teoria fascista que pretende aniquilar as árvores, os pandas e o planeta no geral.

Na realidade, diz-nos o nosso especialista demográfico, o envelhecimento das populações dá-se pelo "crescimento exponencial":

«...um problema com crescimento exponencial já há bastante tempo evidenciado e exposto pela comunidade científica, mas só agora, FINALMENTE, a começar a ser combatido pelos países civilizados através de medidas tais como a informação ao público e nas escolas, e de controlo de natalidade tais como a contracepção e o aborto VOLUNTÁRIO. »

Pois é. Como toda a gente sabe, as populações com uma forte natalidade são populações bastante envelhecidas. Quantas mais crianças nascem, menos jovens temos. Quem pode negar algo tão evidente?

É por isso que os países civilizados controlam a natalidade, introduzem a contracepção e os abortos, promovem a "coltura" e eliminam o analfabetismo e o atraso mental. Resultado: sai um inverno demográfico para a mesa do canto. O mesmo que dizer, uma população cheia de vigor e juventude...

« Portugal é um caso flagrante deste contexto, não se tratando de um país que tem jovens a menos, mas sim VELHOS A MAIS... »

A tragédia é que esta mesma ideia é defendida por parte da nossa elite. Não é apenas um comentário de um internauta anónimo e imbecil.

Não é por acaso que a eutanásia está na ordem do dia. O problema do excesso de juventude está controlado: o estado já paga para matar as crianças dentro das barrigas das mães. Resta resolver o problema do excesso de velhos. A Solução Final, idealizada pelos génios que sabem quantas pessoas podem e devem existir no planeta, deve estar para breve. Depois de abortadas as crianças e "adormecidos" os velhos, seremos novamente uma população jovem. Faz sentido, sim senhor.

O nosso crânio da demografia reforça que isto da população envelhecida em Portugal é,

«...o resultado de décadas e séculos de reprodução descontrolada, sem planeamento familiar, sem levar em conta o contexto global, sem contracepção e sem aborto, tal como nos (outros) países do terceiro mundo.»

Tal como nos (outros) países do terceiro mundo, porque os países do terceiro mundo, com "reprodução descontrolada", envelhecem. Quem não sabe isso?

Décadas e séculos de malta a ter filhos indiscriminadamente, sem ninguém se lembrar de os matar logo no útero materno, deu no que deu: as gerações sucederam-se, até que nasceram os espertos. Estes, agora olham para trás e percebem a monstruosidade: aquela estúpida e analfabeta gente do passado, mais o raio das suas tendências pecaminosas para a reprodução, não tinha o direito de estragar a Terra e de envelhecer a população do século XXI. 

Assim, o sábio anónimo implora-nos:

« Parem o ciclo de estupidez, por favor. Parem a desinformação, por favor. Se não têm nada de cientificamente útil ou lógico para dizer, parem de DESINFORMAR e retirem este site da Internet imediatamente, se faz favor. NÉSCIOS ! »

Sobre o "imediatamente, se faz favor", no imediato decidimos recusar a sugestão. Se depender dos   NÉSCIOS ! que escrevem neste blogue o ciclo de estupidez e desinformação aqui produzido continuará. Resta ao anónimo esperar que alguma autoridade científica ou judicial decida retirar o site do ar, pelo crime de contributo para o envelhecimento da população portuguesa. Estimamos as melhoras.

Quatro filhos e um casamento. A imagem de um crime contra a humanidade.
  

terça-feira, 29 de maio de 2012

Aborto: the times they are changing...

Claramente em Portugal as revelações do que se está a passar com o aborto legal (e refiro-me apenas aos relatórios da Direcção Geral de Saúde) estão a provocar uma mudança no olhar público sobre esta triste realidade. Multiplicam-se os artigos de opinião de pessoas favoráveis ao aborto legal que se escandalizam com o privilégio deste acto (que não é médico) no Serviço Nacional de Saúde a incrível subsidiação pública do mesmo. Por todos veja-se este. Chama-se "Desculpem-me, mas sou contra e não quero pagar" de Sérgio Soares.

Mas não é só em Portugal que as coisas estão a mudar. Também nos Estados Unidos os tempos estão a mudar...

Disso dá conta o Público do último Sábado com uma local intitulada "Oposição nos EUA em máximos históricos". Na noticia é referido que nas sondagens da Gallup cada vez diminui mais a percentagem de americanos favoráveis ao aborto e aumenta (ultrapassa os 50%) aqueles que o consideram "moralmente errado"

..

segunda-feira, 26 de março de 2012

Infanticídio livre ou aborto proibido. Não há outra opção.


«  O ponto fundamental – o aborto é aceitável se e só se o infanticídio também o for –, (...) ilustra por que chegam os diversos autores a conclusões diversas: os que partem da aceitabilidade do aborto vêem-se obrigados a aceitar o infanticídio; os que partem da inaceitabilidade do infanticídio, vêem-se obrigados a rejeitar o aborto.

(...)

A maioria das pessoas, aparentemente, não leva nada disto a sério. O aborto é uma questão que se discute superficialmente, com slogans – O corpo é da mulher, O aborto é uma questão de consciência, Legalizar o aborto acaba com o aborto clandestino, etc.–, e fica-se com a ideia que os trabalhos académicos do tipo descrito acima são especulações ociosas de pessoas completamente desclassificadas. Mas, pergunta-se, como pode alguém pensar que são desclassificados professores das maiores universidades do mundo e investigadores altamente prestigiados entre os seus colegas?

Se grandes vultos da filosofia estão de acordo em que não é possível distinguir o recém-nascido do bebé dentro do útero, é melhor levar o aviso a sério e perceber que no aborto se joga o infanticídio. E se este tipo de considerações não ajuda as pessoas a perceber o problema, ao menos que a realidade as convença.

Em 1986, dez anos depois do aparecimento do livro de Baruch Brody, a sentença Bowen vs American Hospital Association determinou que, havendo acordo dos pais, os hospitais podem negar cuidados médicos a qualquer criança que nasça com atraso mental ou com uma outra qualquer deficiência. Isto é válido mesmo quando o objectivo desta falta de assistência é causar a morte do bebé. Para o efeito, alimentar o bebé é considerado tratamento médico, pelo que pode ser negado.

O infanticídio ficou assim legalizado em certos casos particulares, embora a redacção seja tão vaga que abre a porta a qualquer caso. A sentença Roe vs Wade, ao colocar a linha de morte no nascimento, era indefensável – tal como os filósofos tinham dito – e, portanto, acabou por cair… para o pior lado.

Mas os filósofos disseram também que tanto as dez semanas do compromisso parlamentar como as doze semanas da JS são indefensáveis. A lei acabará por cair para um lado ou para o outro.

Porquê, então, aprová-la? Porque se aprova uma lei indefensável? Não será melhor começar por estudar o problema seriamente?

A  aproximação directa à lei que acabará por liberalizar o infanticídio a pedido, em todos os casos e sem nenhuma razão especial, já começou a ser feita (...) A questão de onde tudo parte é esta: o que é abortar? Concretamente, se um bebé de 8 ou 9 meses estiver a espernear e esbracejar à frente de todos, mas ainda tiver a cabeça dentro da mãe, matá-lo nesta altura é aborto ou infanticídio? 

O presidente dos Estados Unidos decidiu que era aborto e, portanto, este tipo de mortes é legitimo e aplica-se o Roe vs Wade. Pode-se matar nestas circunstâncias sempre que exista “qualquer factor físico, emocional, psicológico, familiar ou de idade, que seja relevante para o bem-estar da mulher”.

Qualquer pessoa percebe que o passo seguinte é matar o bebé quando já está cá fora mas ainda não lhe cortaram o cordão. E a festa seguirá até sabe-se lá onde.

É preciso notar que estas coisas não acontecem pelo facto de, alegadamente, os Estado Unidos da América serem um país de loucos. Isto acontece pelas razões teóricas identificadas pelas pessoas que estudaram o assunto. Não há possibilidade de distinguir o nascido do não-nascido. »


__________________________________



Recordando:

O caso do bebé Joseph:
" O dito hospital considerava que a alimentação artificial de que o bebé necessita era um tratamento "fútil", considerando que a esperança de vida da criança é curta e que ela não sobrevive sem alimentação. 
O "plano" destes facínoras consistia em deixar morrer o bebé Joseph à fome, negando-lhe a alimentação artificial. "
Via Blogue Espectadores

O infanticídio já é politicamente correcto.

O político norte-americano Rick Santorum foi pai de uma criança que morreu poucas horas após o parto. Como uma pessoa normal, fez luto pela morte do filho. O corpo do bebé foi velado na sua casa, em família, antes do funeral.

Alguns inimigos do candidato republicano, como este, acharam piada à maneira como ele lidou com a tragédia e disseram que esse comportamento revela  a "loucura" de Santorum. 

Antes disso, Santorum já era um fanático e fundamentalista por não estar ao lado daqueles que defendem o "direito" a tratar como lixo os bebés em gestação no ventre materno. Entretanto, também passa a ser louco por ter feito o funeral do próprio filho. 

Apelando ao ridículo, aquele inimigo de Santorum assume ser de senso comum que um filho é uma coisa, um ser insignificante cuja morte  não justifica um velório em família. 

Num mundo em que Peter Singer é considerado um grande filósofo e referência ética não surpreende que organizar o funeral de um bebé já seja visto como um comportamento que dá má imagem aos políticos. Comparável a bater na mulher, ter amantes ou fugir aos impostos.

Não deve faltar muito para Santorum ser considerado louco, fanático e fundamentalista por ainda não ter assassinado os filhos que lhe restam.

Escrevi abaixo um exercício teórico, com argumentação semelhante à do famoso e recente artigo sobre o direito a matar recém-nascidos. Escrevi-o porque nas reacções a essa polémica vi que muitos ficavam mais incomodados com quem levantava a questão da moralidade de matar os autores do artigo, do que com a apologia do infanticídio feita por estes.

Se o direito a matar crianças pode ser discutido e argumentado em nome da liberdade de expressão (como alegam os autores do artigo e seus apoiantes), então o direito a matar defensores do infanticídio tem de ser considerado uma discussão ainda mais legítima.

Segue o argumento:

Pena de morte: deve o infanticida viver ?
Mostrando que tanto o cão raivoso como o infanticida não têm o estatuto moral de pessoas e que o isolamento de ambos, em jaulas, nem sempre é o mais útil para a sociedade, o autor argumenta que "interromper voluntariamente herodes" -matar infanticidas- deve ser permitido em todos os casos em que a matança de cães raivosos é, incluindo os casos onde o infanticida ainda não matou, mas constitui perigo e ameaça para a vida de outros.
O estatuto moral do infanticida é equivalente ao de um cão raivoso pois ambos revelam ausência de empatia pelas suas vítimas. Em vez de pessoas, cão raivoso e infanticida são bestas perigosas. Como não são pessoas, nenhum deles tem direito a viver. 
Tal como acontece com os cães raivosos, permitir aos infanticidas a vida em sociedade e liberdade implica risco de vida para outros. 
A hipótese de um determinado cão raivoso ser curado não é razão para proibir, em absoluto, o abatimento de cães raivosos. E o facto de um cão raivoso não ter ainda atacado qualquer pessoa também não é motivo para proibir que ele seja abatido por precaução. 
Da mesma maneira, a hipótese de um infanticida mudar de ideias, arrepender-se ou o facto de ainda não ter atentado, na prática, contra a vida de qualquer criança, também não é motivo para proibir a execução de infanticidas. 
Portanto, argumento que todas as circunstâncias que justificam a matança de um cão raivoso, justificam a matança de um infanticida. 
Poderá ser argumentado que prender o infanticida, isolando-o da sociedade, proporcionaria segurança às crianças e seria uma solução moralmente mais acertada. No entanto, a simples existência do infanticida pode ser causa de ansiedade e preocupação para as crianças, pais e sociedade. Existindo um infanticida, há sempre a possibilidade dele influenciar outros a matar crianças, mesmo estando preso. Ou, tal como acontece com os cães raivosos, de conseguir escapar da jaula.
Como tal, em vez de prender o infanticida, executá-lo é aquilo que melhor serve os interesses, a segurança e a qualidade de vida das crianças e da sociedade em geral.

Usando o mesmo critério da análise que muitos fizeram ao artigo sobre o infanticídio, para o elogiar, qualquer um pode ver que o meu texto também é composto de argumentos logicamente válidos cujas conclusões seguem das premissas.

Se o leitor fica mais chocado com o raciocínio que apresentei sobre o direito à vida dos infanticidas, do que com o raciocínio dos infanticidas sobre o direito à vida das crianças; os meus parabéns! Significa que sofreu uma lobotomia politicamente correcta, já se livrou da empatia e do senso comum. Acharia pior matar alguém que deseja matar crianças, do que matar crianças.

Se o leitor fica mais preocupado com a possibilidade de alguém ler este texto e começar a matar defensores do infanticídio, do que preocupado com o facto do infanticídio já estar legalizado em alguns países; significa que o leitor teme mais um desconhecido zé-ninguém sem qualquer influência política ou mediática, do que teme "académicos", "especialistas" e "filosófos" influentes e poderosos, que dizem ser capazes de matar crianças e têm realmente a legalização do infanticídio como objectivo.

___________________________


A ler:

[ Texto publicado no blogue; Contra o Aborto ]

«Newt Gingrich perguntou por que a grande imprensa daquele país jamais confrontou Barack Obama com seu favorecimento ao infanticídio quando era senador do estado de Illinois. - Como assim? Que conversa é esta? - muitos indagaram, entre democratas e republicanos.

Não, isto não se trata do tristemente famoso "Aborto por Nascimento Parcial", um procedimento que já é de gelar o coração até dos mais fortes, no qual o bebé já quase plenamente formado é retirado do útero de sua mãe, à excepção de sua cabeça, na qual é feito um buraco e enfiado um tubo por onde seu cérebro será sugado. Este procedimento é um horror à parte e teve também o apoio incondicional de Obama, mas não é sobre isto que Newt Gingrich falava.

O político republicano falava especificamente sobre Obama ter votado contra o Illinois´ Born Alive Infant Protection Act [Acto de Proteção ao Bebé Nascido Vivo do Estado de Illinois]. Esta legislação visava que crianças que acaso tivessem sobrevivido a tentativa de aborto fossem reconhecidas legalmente como pessoas, sendo obrigatório que lhes fossem dispensados cuidados médicos para mantê-las vivas.

Pois bem, nas 3 oportunidades em que esta legislação foi apresentada ao senado estadual de Illinois, o então senador Barack Obama votou contra. Para Obama, o suposto direito ao aborto vai tão longe que inclui a possibilidade de na eventualidade de um bebé sobreviver ao procedimento de aborto, que este seja abandonado à morte, como em casos já acontecidos na Grã-Bretanha nos quais até mesmo bebés que não haviam sido abortados foram deixados sem cuidado médico para que morressem ("Um bebé abandonado à morte" e "Hitler venceu?").

Ou seja, os pesquisadores Giubilini e Minerva não estão, infelizmente, falando de coisas novas. A Cultura da Morte vai tão avançada pelo mundo que uma pessoa como Obama consegue se eleger presidente da nação mais poderosa do mundo sem que a imprensa sequer o indague sobre suas ações como político, que na prática favoreceram o infanticídio. »

terça-feira, 13 de março de 2012

O estado da medicina em Portugal

«Nalguns hospitais de Portugal, induz-se o parto para depois deixar morrer passivamente ou matar activamente a criança nascida dando-a como abortada. » 
_____________

Há dias, uma senhora que se identifica no facebook como médica obstetra, a qual não conheço, não faz parte dos meus contactos  nem abordei, ficou incomodada com algo que eu escrevi sobre o aborto e enviou-me a mensagem que cito ( texto em negrito) e comento abaixo.

« Jairo Filipe,
Desculpe estar a opinir sobre algo, cuja página não partilho. Mas vi um amigo meu a participar tão activamente num tema que a mim me diz mto.» 

O tal amigo deve ser um destes simpáticos ateus e abortistas militantes. O que a levou a contactar-me foi eu ter informado que em Portugal o aborto está legalizado até aos dois meses e meio de gravidez por vontade da mulher; até aos quatro meses em caso de violação; até aos seis meses em caso de deficiência; e em qualquer momento da gravidez ( até aos 9 meses) no caso de risco para a saúde física e psíquica da grávida, ou de fetos considerados "inviáveis. Disse-me:

« Está a confundir o conceito da palavra aborto.

Cá vamos nós...

... Aborto consiste num procedimento a partir do qual a gravidez é interrompida sem qualquer viabilidade do feto. Actualmente é até às 24 semanas. »

Por "viabilidade", a doutora entende a capacidade do bebé para sobreviver fora do útero. Mas o aborto não se define por interromper a gravidez quando o bebé não pode sobreviver fora do útero. O aborto define-se por atentar contra a vida de um ser humano em desenvolvimento no útero da sua mãe, independentemente dele ter, no momento da gravidez em que é atacado e colocado em risco de vida por covardes, muitas ou poucas probabilidades de sobreviver fora do útero. Decapitar alguém, é decapitar alguém. O mesmo para qualquer outro método abortivo. As coisas são o que são e para um aborto ser aborto, é indiferente se a pessoa decapitada ( ou queimada, envenenada, etc, etc) tinha muitas ou poucas hipóteses de sobreviver fora do útero, fora de uma casa, ou fora de uma atmosfera com ar respirável.

« Contudo, entre as 22 e 24 semanas, no caso de malformação grave fetal, incompatível com a vida ou que condicione grande incapacidade ou sofrimento, efectua-se feticídio, no qual se injecta por meio de uma agulha cloreto de potassio directamente nas camaras cardíacas. »

Esta "médica" que decidiu perder tempo a enviar-me uma mensagem onde explica que os médicos portugueses podem injectar sal no coração de crianças deficientes com seis meses de gestação, matando-as, como se isso fosse a coisa mais normal e moralmente irrelevante do mundo; devia saber que "feto" é um estágio de desenvolvimento do ser humano, que se inicia numa fase bastante anterior às 22 semanas. Portanto, antes disso também se efectua "fetícidio" quando se executa um aborto. Esta distinção entre aborto e "feticídio" é uma mentira. Antes das 8 semanas o aborto mata um embrião. Será que nessa altura, também há uma distinção entre aborto e "embriocídio" ?

Desta vez não o faço, mas se mais algum "médico" sentir o dever de me informar e ensinar como se matam bebés deficientes nas barrigas das mães, falando nesses crimes como se estivesse a falar de actos médicos, terá a sua foto e nome aqui divulgados por baixo do título homicida.

Aos seis meses de gestação...
... « efectua-se feticídio, no qual se injecta por meio de uma agulha cloreto de potassio directamente nas camaras cardíacas. » 

«A partir das 24 semanas pode haver interrupção de gravidez, mas em casos extremos se realmente a vida da mãe estiver em risco...mas antecipa-se o parto- faz-se indução ou cesariana, em função da situação. »

Se a partir das 24 semanas pode haver "interrupção da gravidez", e se "interrupção da gravidez" significa aborto na linguagem deste senhora, então ela sabe que a partir das 24 semanas o aborto está legalizado. Provocar um parto aos seis meses, para diminuir o risco da mãe morrer, implica atentar contra a vida da criança. Perante duas vidas em risco, o que se deve fazer é tentar salvar ambas. E não desprezar a mais fraca para tentar salvar a mais forte. 

Matar o mais fraco para salvar o mais forte, qualquer um consegue fazer e não se torna médico por causa disso. Por definição, a medicina é incompatível com a cultura da morte.

Esta especialista também não especificou o que significa um "caso extremo em que realmente a vida da mãe está em risco" e como é que expulsar a criança do útero resolve o problema e acaba com o risco. Até parece que induzir um parto por indução ou cesariana, aos seis meses de gravidez, não coloca qualquer risco para a vida da mãe...

«Não é verdade que se possa "abortar" até aos 9 meses...pode abortar-se até às 10 semanas...depois pode fazer-se uma interrupção médica ou terapêutica da gravidez até às 24 semanas. A partir daqui, sempre indução do trabalho de parto, com as conseguencias que isso pode ter para a criança..»

É melhor ignorarmos estas confusas definições e distinções entre aborto, interrupção "médica" da gravidez ( como seja injectar sal no coração de um bebé deficiente) e "indução do trabalho de parto com as consequências que isso pode ter para a criança" ( incluindo a consequência da sua morte, que parece não tirar o sono a esta médica....)

A questão é a esta: 

-Eu disse que em Portugal o aborto está legalizado até aos 9 meses. 
-A doutora responde "não é verdade que se possa abortar até aos 9 meses". 
-A lei diz: 

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
Lei n. 6/84 de 11 de Maio



Artigo 140º
(Exclusão de ilicitude do aborto)

  1. Não é punível o aborto efectuado por médico, ou sob a sua direcção, em estabelecimento de saúde oficial ou oficialmente reconhecido e com o consentimento da mulher grávida quando, segundo o estado dos conhecimentos e da experiência da medicina:

    (...) b.  Houver seguros motivos para prever que o nascituro virá a sofrer, de forma incurável, de doença grave ou malformação congénita, e for realizada nas primeiras 24 semanas de gravidez, (...) excepcionando-se as situações de fetos inviáveis, caso em que a interrupção poderá ser praticada a todo o tempo;
A doutora começou por inventar um conceito de aborto, no qual  que só haveria aborto quando não houvesse qualquer "viabilidade" do feto ( capacidade deste sobreviver fora do útero). No entanto, é a própria lei portuguesa sobre o abortoque determina que os "fetos inviáveis" podem ser abortados "a todo o tempo"

«...eu como obstetra, já tive de interromper gestações às 28 semanas, por risco de vida materna e fetal...mas a criança foi para a UCI e está actualmente bem. »

Felizmente ficou bem. Mas do ponto de vista legal, se a criança não tivesse ficado bem seria indiferente. A lei portuguesa não a protege. A alínea a) do artigo 140º acima mencionada diz que o aborto não é punido quando:

« Constitua o único meio de remover perigo de morte ou de grave e irreversível lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida »

O problema é que a medicina não conhece nenhuma situação onde o aborto seja  "o único meio de remover perigo de morte", já que ele em si mesmo é perigoso para a vida da mãe. Também não há nenhum aborto que possa ser o único meio de remover perigo de grave e irreversível lesão para o corpo da mulher, para a sua saúde física ou psíquica;  porque o aborto é causa disso tudo.

Mesmo que não fosse, não faz sentido legislar o direito a matar uma vida humana para diminuir o risco de perigo para outra, ou garantir que a mulher não ter lesões corporais e problemas psíquicos decorrentes de uma gravidez, é um direito acima do direito à vida de um outro ser humano.

Mas são estas desculpas absurdas que permitem aos médicos portugueses atentar contra a vida das crianças em gestação, em qualquer altura da gravidez.

Abortar mata uma criança e coloca em risco a vida e a saúde da grávida. A obstetra que me contactou finge não saber que a lei portuguesa lhe permite matar e colocar a vida de bebés em risco, em nome da saúde física e psíquica da grávida, com procedimentos que implicam perigos para a a saúde física e psíquica da grávida. A todo o tempo da gravidez.

Terminou assim a mensagem:

«São coisas distintas. Apenas para que fique informado....»
Desculpe o abuso..mas eu gosto que me digam qdo estou a pensar de forma menos verdadeira....dá sempre para se aprender!»

Esta médica deveria aprender a escrever. E a ler aquilo que o Juramento de Hipócrates diz sobre o aborto:
«Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva. »
Ou se preferir, a versão clássica portuguesa:
«Manterei o mais alto respeito pela vida humana, desde sua concepção. Mesmo sob ameaça, não usarei meu conhecimento médico em princípios contrários às leis da natureza. Faço estas promessas, solene e livremente, pela minha própria honra."

domingo, 1 de maio de 2011

Aborto: Reacção em Cadeia

[ FONTE ]

Na base da bomba atómica está uma reacção em cadeia que leva à libertação de grandes quantidades de energia. A grande questão que se colocava aos cientistas era saber como parar reacção de forma a que o seu efeito fosse local. Como é obvio, fazer uma bomba que vai matar longe pareceu aceitável; agora, fazer uma bomba que entrava numa reacção em cadeia, interminável, e que acabava por matar os próprios americanos, já lhes pareceu completamente inaceitável. Portanto, os arquitectos da bomba tiveram de garantir uma bomba que matava aquelas pessoas MAS só aquelas pessoas.


Naturalmente, os cientistas poderiam ter começado por discutir se uma bomba atómica é aceitável. Mas agora isso não interessa. Deste episódio tristíssimo, o que nos interessa reter agora é que os cientistas só deram a bomba por pronta quando descobriram a forma de travar o processo. Da mesma forma se pode questionar a legitimidade de entrar no útero da mãe e trucidar a frio um ser humano que já lá está a crescer e desenvolver-se.  Mas por momentos vamos colocar-nos na posição dos defensores do aborto e dos cientistas que fizeram a bomba. Vamos assumir que abortar e riscar uma cidade do mapa são actos aceitáveis em certas circunstâncias.


(...)

1. Em 1984 a Zita Seabra liderou o processo de legalização do aborto. Este foi legalizado em certos casos até às 12 semanas. Mais tarde, sem ninguém dar conta e sem qualquer contestação social, o aborto foi legalizado até às 16 semanas (é o processo descontrolado!!). Em 1997 a Zita Seabra declarou-se contra os projectos de lei mas, naturalmente, ninguém quis saber da sua opinião. Sem a legalização de 84 não haveria os projectos de 97. Portanto, a Zita Seabra iniciou uma reacção em cadeia que a ultrapassou completamente e que ela, embora tentasse, não conseguiu travar.
2. Nos perto de 60 países do mundo que neste momento têm aborto a pedido (i.e., basta que a mãe peça o aborto para que lhe seja feito), a legalização começou pelo aborto em caso de violação e deficiências graves. Ou seja, aceitou-se o aborto nos chamados Hard Cases como primeiro passo para aborto em All Cases. Mais uma vez tivemos um processo que não se conseguiu travar… a menos que a ideia fosse mesmo essa…
3. Em 1973 os EUA legalizaram o aborto a pedido até aos nove meses. Depois foram feitas mais e mais legalizações intermédias até que em 1986 legalizaram a morte de bebés recém-nascidos, a pedido dos pais, no caso de terem alguma deficiência. Portanto, os Estados Unidos da América, a maior potência científica, económica e militar de todos os tempos, no apogeu do seu poderio, legalizaram o infanticídio.
4. Em 1997 foi usada a seguinte argumentação em Portugal: “há certas deficiências que só podem ser detectadas depois das 16 semanas. Se a lei não permite abortar depois das 16 semanas é o fim do diagnóstico pré-natal em Portugal porque não se pode dizer ao casal que o filho é deficiente mas que já não o pode abortar”.
Qualquer pessoa observa facilmente que este argumento pode ser usado até aos nove meses e mesmo depois disso: “há deficiências que só podem ser detectadas às 30 (ou 40, 41, 42, 50) semanas. Impedir o aborto (infanticídio) antes das 30 (ou 40, 41, 42, 50) semanas é o fim do diagnostico pré-natal em Portugal porque não se pode dizer ao casal que o filho é deficiente mas que já não pode abortar”.
Em boa verdade este argumento é o fim do diagnóstico post-natal. Proibir o infanticídio acaba com a pediatria porque nenhum médico pode dizer ao casal que o seu filho é deficiente mas já não o podem matar. Mais uma vez temos o processo desenfreado.
5. A reacção em cadeia leva a seguinte trajectória de legalizações:
(a) Aborto cada vez em mais casos por razões económicas será o próximo passo e até mais tarde a meta, para já, são os cinco meses ;
(b) Infanticídio de deficientes como nos EUA ;
(c) Eutanásia inicialmente será voluntária mas tendencialmente passará a obrigatória pela aplicação de leis indirectas: supressão total ou parcial de benefícios da Segurança Social ou a possibilidade legal da família poder decidir pelo parente;
(d) Esterilização forcada dos deficientes, dos criminosos e dos idiotas que já começou na China, já foi feita na Suécia, etc.;
(e) Eliminação sumária dos deficientes profundos;
(f) Eliminação de deficientes e idiotas (QI<30,40);
(g) Eutanásia cada vez em mais casos: dos loucos, dos “homeless”, dos deficientes de trabalho a mais de 90%, etc.
(h) Aborto semi-forçado de bebés com deficiências menores. O Governo recusar-se-á a pagar o tratamento, por exemplo, de bebés que vão precisar de hemodiálise e os pais, não tendo como pagar, vêem-se forçados a abortar ;
(i) Aborto semi-forçado de pessoas com deficiências genéticas que só se manifestarão aos 5 (10, 15, 20, 30, 50 ou 60) anos.
(z) O último a morrer, apague a luz?
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* O artigo é antigo. À lista deve juntar-se o ano de 2007, no qual se legalizou a matança de bebés até 10 semanas de gestação, por vontade da mulher.

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