Qualquer semelhança com qualquer outro tópico é pura coincidência.
"Sondagem revela que os egípcios são a favor da democracia e do apedrejamento de mulheres por adultério."
Comentários a esta notícia:.
Acho que percebo.Outro comentador acrescenta:São a favor da despenalização do apedrejamento de adúlteras, se realizado por opção da maioria da turba, em campo de execução legalmente autorizado. Onde é que eu já vi uma conciliação deste tipo entre democracia e a vontade de matar? No mundo ocidental desenvolvido!
Eu pessoalmente sou contra o apedrejamento, mas não vou impôr a minha moral no apedrejador. Claro que deveríamos tornar o apedrejamento raro, seguro e barato, mas a decisão é sempre de quem vai apedrejar.E ainda:
Afinal, o que é pior: apedrejar uma mulher num sítio sem condições ou em instalações com pedras especialmente feitas para tais ocasiões? Luvas dava jeito. Enfim, deveria ser num ambiente médico onde o apedrejador possa ser ajudado a apedrejar a mulher sem interferências de padres ou da família.
Por fim:É isso.
O que importa aqui é diminuir o número de apedrejamentos clandestinos.
Quantos homens não dão entradas nas urgências com dedos e mãos feitos num oito, à pala de catarem pedras não polidas? Ficam inválidos para o trabalho, só porque o estado se intromete nas decisões pessoais dos cidadãos.
E quantos não morreram ao longo dos anos, só porque o estado se recusa a regularizar e a colocar stewards nas sessões de pedrada?
Ficam todos ao monte sem qualquer organização e método, nem uma fila indiana. Depois, com a euforia, espezinham-se ou acabam a atirar pedras uns aos outros. Isto quando os lá de trás não erram o cálculo e as pedras acabam por cair nos pobres homens da frente.
(Faz lembrar aqueles casos em que se quer perfurar um bebé com uma agulha de tricot, e acaba-se a perfurar a parede do útero da mulher. É uma vergonha que não se possam perfurar bebés com objectos mais acutilantes, sem colocar em risco a vida das mulheres.)
Já imaginaram o que é ter uma vizinha adúltera, só porque o estado não legaliza o apedrejamento? Há homens pobres que também têm o direito de apedrejar a adúltera que lhes inferniza a vida.
Mas isso acarreta custos. Tem de se perder uma manhã de trabalho a abrir uma cova (com uma máquina é mais rápido, mas fica muito mais caro); depois há que perder uma tarde a recolher pedras não tão grandes que matem logo, não tão pequenas que só arranhem. Os custos com o seguimento que é depois preciso dar ao cadáver. Enfim, enquanto não se legalizar o apedrejamento estamos apenas a beneficiar o lucro dos apedrejadores clandestinos. Sabemos que os egípcios ricos vão apedrejar ao Sudão ( é a Espanha lá do sítio), já os pobres têm de o fazer na clandestinidade, nas traseiras sem condições de uma qualquer mesquita.
Por isso, pergunto:
Já imaginaram o que é ter uma vizinha adúltera, só porque não se teve dinheiro para pagar um apedrejamento?
O estado tem de financiar causa tão nobre, e de permitir a entrada de empresas especializadas no mercado egípcio.
Proponho um referendo até que o sim ao apedrejamento ganhe. Há que dissolver os costumes arcaicos do "direito à vida". Esses "direitos" são invenções que chegaram até nós devido ao preconceito religioso cristão. E queremos discutir esta questão com argumentos racionais, de ciência. Não com moral ou ética.
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