O Papa Francisco declarou recentemente não ser preciso falar continuamente, entre outras coisas, do aborto.
Ouvir o Papa dizer que não é preciso falar continuamente do aborto, quando o aborto é financiado por organizações bilionárias poderosíssimas e apoiado pelas grandes organizações políticas mundiais, matando-se milhões de crianças por nascer, é como levar um valente soco no estômago. Penso naquelas pessoas, não é o meu caso, que diariamente, durante anos e um pouco por todo o mundo, falam continuamente contra o aborto à porta das clínicas da matança. Uma frase destas, dita por um Papa, reforça aqueles que acusam essas pessoas de serem pouco cristãs, obcecadas e fanáticas. Em certos países, [ ver o caso da senhora Linda Gibbons ] há cristãos presos e julgados apenas por rezarem e falarem na via pública contra esse derramar contínuo do sangue de inocentes indefesos. Assim que os juízes os soltam, regressam ao "local do crime" e continuam a falar contra o aborto. E vem o Papa Francisco e diz não ser preciso falar continuamente sobre o assunto ? A partir de agora, ficará ainda mais difícil passar a mensagem, verdadeira, de que abortar é matar crianças. Ao dizer não ser preciso falar continuamente do aborto, o Papa reforçou a percepção deturpada e generalizada sobre o que é realmente o acto do abortamento da gravidez. A pessoa comum liga a televisão ou a rádio e ouve "Papa Francisco disse hoje que a Igreja esteve obcecada com o aborto e pede aos cristãos para se preocuparem com assuntos mais graves », ainda que o Papa não tenha dito nem pedido literalmente tal coisa, essa é a mensagem que passa. Saem vitoriosos aqueles que dizem que podemos achar o aborto errado, desde que respeitemos os outros quando decidem abortar e não tentemos influenciar as leis.
Sobre a necessidade de entender a declaração em contexto, o próprio Papa Francisco diz que o aborto é errado mas é preciso falar dele em contexto, o único contexto que importa é o de um mundo diferente em relação há cem anos, onde talvez não fosse preciso falar todos os dias contra uma coisa que a sociedade, na sua maioria, já reprimia moral e legalmente. O Papa não disse ipsis verbis que a Igreja esteve obcecada com o tema do aborto, bem sei, mas não podemos dizer que não contribuiu decisivamente, deu o mote, para que a imprensa aproveitasse a sua declaração e a noticiasse dessa maneira.
Acontece precisamente o contrário, o infanticídio intra-uterino é hoje uma realidade industrial e entranhada na nossa cultura como comportamento normal. Até já ensinam às crianças nas escolas que o aborto é um cuidado médico. Se alguém está obcecado com abortos, praticando-os em larga escala como nunca aconteceu na História humana, não são seguramente os católicos.
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