Ninguém me perguntou "A sua filha é deficiente?" e como tal eu nada disse.Mesmo depois da agência Urban Angels lhe ter telefonado e dito que a Taya havia passado a primeira fase da selecção - e como tal gostariam de conhecê-la pessoalmente - Gemma continuou sem revelar nada àcerca da condição da sua filha.
Não queria que ela fosse escolhida como a simbólica criança deficiente. Se ela por acaso viesse a ser escolhida, teria que ser devido ao seu próprio mérito.Veio-se a descobrir mais tarde que a Gemma nada tinha a temer: depois da filha ir a uma sessão fotográfica na Urban Angels, Taya foi uma das poucas crianças escolhidas pela agência.
A mãe diz:
Quando a agência me ligou e disse "Queremos a sua filha nos nossos livros. Ela é absolutamente linda", fiquei contente.Quando Gemma ouviu estas palavras não conseguiu conter as lágrimas.Perguntei-lhes se eles se haviam apercebido que ela tinha síndrome de Down. Eles disseram: "É irrelevante. Nós aceitámos-la".
Fiquei radiante mas não porque a Taya haveria de ser uma modelo. Mais importante que isso, ela havia competido em pé de igualdade com outras crianças e havia sido bem sucedida.Alysia Lewis, proprietária da Urban Angels, diz:
A Taya é incrivelmente fotogénica, calorosa e uma criança sempre pronta a sorrir. As fotos dela irradiam isso mesmo.A história da Taya é rara numa altura em que 90% das crianças ocidentais com o síndrome de Down nunca vivem o suficiente para ver a luz do dia. Em vez disso, e num gesto que ressuscita o eugenismo, elas são assassinadas de forma nojenta e cobarde quando ainda estão no útero.O facto dela ter síndrome de Down não entrou na equação. Escolhemo-la devido à sua vibrante personalidade e sentido de diversão.
Somos muitos exigentes na nossa selecção. . . . . A Taya é uma das 50 que nós seleccionamos, duma grupo de 2,000 aplicações.
Gemma, no entanto, diz que nunca considerou realizar os testes que poderiam revelar a condição da filha uma vez que ela e o parceiro estavam "determinados a amar a criança com a qual seriam abençoados".
No entanto, ela confessa que foi um duro revés para eles saber que a sua filha provavelmente sofria do síndrome de Down.
A partir desse momento comecei a lamentar pela criança que nunca tive. Não fomos capazes de conter os pensamentos egoístas e questionar o porque disto ter acontecido connosco. Não conseguimos celebrar. Sentimo-nos entorpecidos e tristes; foi devastador.Desde então, no entanto, Gemma diz que não só se adaptou à condição da filha como aprendeu a aceitá-la.
Estou determinada a que a Taya tenha as mesmas possibilidades que qualquer outra criança.Quero que ela vá a uma escola de dança. Ela adora a música e tem um sentido de ritmo; ela balança e bate palmas quando canto para ela.
Quando as pessoas me dizem "coitadinha de ti", eu considero isso ofensivo e irritante. Da forma como eu vejo, algumas pessoas nem conseguem ter filhos, mas Deus deu-me esta criança especial.
decapitada, decepada e sugada
enquanto ainda se encontrava no útero materno.
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