“A ÚNICA MARGEM que me interessa a mim, é a margem que permite ao Estado continuar a pagar abortos.
Ao pé desta margem, todas as outras folgas, almofadas, cortes e aumentos não passam de simples trocos que nada têm a ver com o combate ao défice.
Porque se quem tem o poder de destinar o dinheiro dos contribuintes não respeita a vida humana, então não respeita mais nada.
E nesse aspecto, não vejo em que é que este momento difere dos restantes, que possa justificar uma greve geral.”
[Respigado no Facebook]
Passos Coelho é uma espécie de José Sócrates altamente condicionado pelas suas circunstâncias políticas; o que separa Passos Coelho de José Sócrates não é a essência do homem em si, mas antes é só e apenas o ambiente cultural das respectivas facções políticas: de resto, os dois são semelhantes.
Passos Coelho conseguiu uma coisa que nunca a “não-esquerda” tinha alguma vez permitido: a eleição de uma abortista militante para a presidência da assembleia da república. Só este facto é revelador da ausência de diferenças substanciais entre José Sócrates e Passos Coelho.
Quando Passos Coelho tomou posse como primeiro-ministro, teve uma oportunidade de ouro para afirmar uma coisa tão simples como esta:
“Quem quiser abortar que assuma a responsabilidade pelos seus actos, e pague o aborto”.
E assim, Passos Coelho poderia poupar 100 milhões de Euros / ano gastos do Orçamento de Estado em abortos grátis; e esse dinheiro poderia servir, por exemplo, para apoiar financeiramente as jovens grávidas e mães. Mas não foi isso que Passos Coelho fez: ele seguiu basicamente aquilo que José Sócrates teria feito se tivesse sido reeleito, o que revela a semelhança entre os dois animais políticos [literalmente].
O argumento segundo o qual “o aborto gratuito foi sujeito a referendo”, não colhe. Desde logo porque, em rigor, o referendo não foi válido porque não votaram mais de 50% dos portugueses; e depois, porque este governo do Pernalonga está cansado de “furar” a Constituição do país, e nem por isso se tem preocupado muito com isso.
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